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Para melhorar a vida sexual da mulher, além das orientações que dei no texto “o mapa da mina do prazer”, existem os exercícios vaginais de Kegel. Para aprender o movimento desse exercício é assim: sabe quando a mulher está urinando e faz aquela força para parar de urinar no meio, antes de terminar? Essa é a contração que deve ser feita nesse exercício, mas não deve ser durante a micção (esse exemplo é apenas para entender o exercício, mas se ficar fazendo toda vez que vai urinar, pode ter problemas posteriores). Outro jeito de saber se está fazendo o exercício corretamente é introduzir seu dedo dentro da vagina e fazer a contração: nesse momento deve-se sentir que ela faz uma pressão no dedo. Se sentir isso, quer dizer que está fazendo o exercício corretamente.

Tendo aprendido o exercício, comece a fazer as séries. Faça uma série de 20 repetições, durando 5 segundos em cada contração. No começo pode ser uma vez por dia até pegar a prática, e depois, duas vezes por dia. É importante avisar que inicialmente será difícil coordenar esse movimento, depois também será difícil manter as contrações por 5 segundos, mas depois de um tempo vai ficando cada vez mais fácil.

Durante as preliminares e no ato sexual, se você fizer esses exercícios, perceberá um aumento da sensibilidade e do prazer, assim permitindo maior satisfação no sexo. Vale sempre lembrar que a sexualidade da mulher e seu prazer não dependem apenas dos toques e estímulos, mas também do seu estado psicológico. Tudo conta: seu relacionamento com o parceiro, sua capacidade de se entregar completamente às suas sensações, a confiança e intimidade do casal, como anda sua vida pessoal (emprego, família, amigos, etc).

Portanto, esse exercício é um artifício a mais que você pode usar para melhorar sua vida sexual, mas não é a forma definitiva. Para se ter uma vida sexual prazerosa, a mulher tem que estar bem consigo mesma e com seu parceiro, além de conhecer muito bem seu próprio corpo e saber usá-lo da melhor forma possível para conseguir chegar à lua! E sempre caprichar MUITO nas preliminares antes da penetração, pois as mulheres demoram mais que os homens para ter sua excitação, e essa diferença de tempo só pode ser compensada com preliminares gostosas e caprichadas!

Antigamente, acreditava-se que a mulher que não sentia uma vontade consciente de sexo (ou seja, que não tem pensamentos objetivos de vontade de transar) tinha uma alteração, uma disfunção da sua sexualidade. Mas depois de muito observar e estudar a sexualidade feminina, foi percebido que é normal ela não ter esses pensamentos constantes na vida dela, e nem por isso ela tem um problema, uma deficiência na sua vida sexual.
A maioria das mulheres sente vontade de transar apenas após ser estimulada, seja pelo toque, por palavras, por cheiros, por algo visual, etc. Após esse estímulo que inicia todo o processo de excitação. Portanto, uma mulher que não é estimulada adequadamente, naturalmente não terá uma boa evolução de sua excitação, assim não conseguindo alcançar uma satisfação sexual.

Mas, como saber como ser estimulada?
Os homens, desde pequenos são ensinados a se tocar e se masturbar, criando um auto-conhecimento amplo antes de iniciar suas relações sexuais. Quando chegam na hora H, eles sabem exatamente o que pedir à parceira para que tenham excitação e prazer.
Já com as mulheres, desde pequenas somos ensinadas a não nos tocarmos, não desencadear estímulos sexuais em nós mesmas, que é inadequado se masturbar. Assim, quando uma menina inicia sua vida sexual, ela não faz idéia de como seu corpo funciona, e o que deve ser feito para que tenha prazer na relação. E muitas permanecem sem se conhecer por muito tempo, e acabam acreditando que não foram feitas para o sexo prazeroso. Mas isso pode não ser verdade!
Por isso, para que a mulher seja adequadamente estimulada na hora da relação, é essencial que ela se conheça. Quando estiver num lugar entre quatro paredes, no banho por exemplo, comece a se tocar. Nos lugares onde perceber que você sente uma “coisa gostosa”, você deve explorar, com movimentos diferentes para sentir como prefere cada jeito do toque. Torne esse momento de auto-conhecimento uma constância em sua vida, para que você saiba como usar seu corpo de uma forma mais gostosa.
Conforme você vai se auto-descobrindo, fica mais fácil guiar seu parceiro, para que ele possa te acariciar do melhor jeito para que você tenha prazer. Se não partir de você esses “ajustes” na hora H, ele pode pensar que está fazendo tudo certo, e portanto não deve mudar nada. Não tenha vergonha de fazer esses ajustes, e não pense que se você os fizer, estará insultando seu parceiro. Os homens se importam em conseguir satisfazer sua mulher, e se ela o ajudar, ele ficará agradecido, e não ofendido!

É engraçado isso né: apesar do sexo ser 100% responsável pela gestação, esse é um dos maiores tabus durante ela! O casal, a partir do momento que recebe a notícia da gravidez, muitas vezes não sabe como proceder em sua vida sexual.

De um lado, a mulher acaba sendo vista como mãe, provedora de seu neném. De outro, uma série de modificações acontecem no corpo dessa mulher, e ela pode ficar sem saber se são normais, esperadas, ou se tem alguma coisa de errado acontecendo com ela. E para acabar de vez com o “fogo” do casal, vem aquela pontinha de dúvida: mas será que não faz mal para o bebê?

Então, para tentar ajudar a vida sexual e conjugal de vocês, gestantes, quero tentar abordar todos os temas ligados à sexualidade na gravidez. E para começar, gostaria de esclarecer uma coisa: a grávida pode e deve transar! Não faz mal para o bebê, e faz muito bem para a mamãe!


Dra Paula

Olá, sejam bem-vindas ao meu blog!

Antes de mais nada gostaria de me apresentar: sou médica formada pela USP, fiz residência em ginecologia e obstetrícia no Hospital das Clínicas da USP e fiz pós-graduação em Medicina do Esporte na Escola Paulista de Medicina (Cefit). Trabalhei no Hospital das Clínicas como médica responsável pelo ambulatório de Ginecologia do Esporte e na clínica Célula Mater.

Escrevo esse blog pois acredito que a mulher se beneficia muito quando entende seu corpo e o como as doenças atuam nele. Isso contribui com o acompanhamento clínico e o tratamento. A partir do momento que a paciente se torna uma pessoa consciente de seu corpo, ela fica mais ativa junto ao médico na busca pela saúde.
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